A infância é uma época de crescimento e desenvolvimento intenso. Só no primeiro ano de vida, a altura de uma criança aumenta em 50% e o seu peso duplica. Aos 4 anos de idade, o peso da criança terá aumentado 5 ou 6 vezes em relação ao seu peso de nascimento, enquanto que a sua altura terá mais do dobro! Podemos imaginar a energia necessária ao corpo para produzir uma tal velocidade de crescimento. Soma-se a isso o desenvolvimento intelectual e psicomotor, bem como toda a aprendizagem que permitirá que o seu bebé se torne uma criança e depois um adulto com todas as suas habilidades: em poucos meses, ele aprenderá a comunicar, a falar, a andar, a usar as mãos para manipular objectos... Portanto, é essencial garantir que a dieta do seu filho fornece toda a energia e todos os nutrientes, vitaminas, sais minerais e oligoelementos necessários para as suas necessidades nutricionais durante este período crucial de desenvolvimento.
O crescimento é muito rápido, pelo que as necessidades nutricionais e micronutricionais são muito elevadas. A amamentação é exclusiva, e o leite materno ou fórmula, rica em gordura e proteínas, cobre todas as necessidades específicas do bebé durante os primeiros 6 meses. O leite materno também contém muitas bactérias que são importantes para a colonização e o estabelecimento da microbiota intestinal da criança. No entanto, o leite materno contém pouca vitamina D, pelo que a suplementação pode ser recomendada para a mãe e o seu bebé.
A partir dos 6 meses, o bebé pode começar a comer alimentos sólidos. É o momento da diversificação alimentar, quando os alimentos sólidos vão ser introduzidos na alimentação do bebé. Porém, a amamentação continua a ser, naturalmente, uma fonte essencial da ingestão de nutrientes.
O consumo de novos alimentos costuma atrair a curiosidade do bebé:
A primeira infância é um momento crítico para o desenvolvimento de bons hábitos alimentares e de nutrição. É importante introduzir bons hábitos desde tenra idade: 4 refeições feitas sentado, à mesa, em família, sem televisão ou tablet ou outra distração, e mastigar correctamente...
A partir dos 2 anos, a refeição torna-se similar a dos pais, evitando frituras, carnes grelhadas, cozidos a alta temperatura, charcutaria. Dos 4 aos 10 anos de idade, o crescimento estabiliza, depois dos 11 aos 16, na adolescência, volta a acelerar, a actividade física e intelectual é frequentemente mais intensa e as necessidades são novamente muito elevadas, particularmente em micronutrientes.
A Ingestão Diária Recomendada (IDR) estabelecida pela ANSES (ex-AFSSA) dão valores médios que evoluem em função da idade e do sexo, mas também do ritmo de crescimento e da atividade física. Entre os 3 e os 10-12 anos de idade, as necessidades metabólicas aumentam consideravelmente (de 1200 kcal para um rapaz de 3 anos para 2200 kcal aos 10-12 anos de idade). Estas necessidades são naturalmente cobertas por uma alimentação equilibrada.
É durante a infância que as necessidades nutricionais são mais intensas. A dieta deve fornecer os nutrientes necessários (hidratos de carbono, gorduras, proteínas) e micronutrientes (vitaminas, minerais, oligoelementos):
O corpo das crianças precisa de vários tipos de nutrientes e micronutrientes para funcionar e desenvolver-se bem:
Os oligoelementos e os minerais
Por desempenharem muitas funções no organismo, os sais minerais são os pilares de uma nutrição adequada.
A dieta deve fornecer cálcio suficiente (cerca de 500 mg por dia de 0 a 1 ano) e fósforo para permitir uma boa construção óssea.
O ferro está envolvido no bom desenvolvimento cognitivo e é o défice micronutricional mais comum em França! Para se encher de ferro, pense em leguminosas, cereais integrais, fígado, carne, peixe e gema de ovo.
O iodo participa nas atividades metabólicas da glândula tireoide e, portanto, contribui para o crescimento saudável das crianças. A deficiência de iodo é um problema de saúde pública: 1/3 das crianças em idade escolar são afetadas. Desde 1978, o rastreio de rotina de recém-nascidos com picada no calcanhar no 3º dia de vida tem permitido diagnosticar este problema e tratá-lo rapidamente.
O magnésio contribui para a manutenção de uma ossatura normal. É também um dos principais oligoelementos do sistema nervoso, uma vez que participa na síntese dos neurotransmissores, mensageiros do cérebro.
Comer bem é crescer bem! A nutrição da criança, exceto nos primeiros meses, deve responder à taxa metabólica basal em função da idade e da atividade. Mas a verdade é que a criança conhece intuitivamente as suas necessidades e come à medida da sua fome. É por isso que é inútil, ou mesmo contraproducente, obrigar qualquer criança a comer tudo o que tiver no prato!